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Diabetes

O efeito benéfico da semaglutida sobre a HbA1c e o peso é mantido após 3 anos de tratamento?

Escrito por Erik Trovao

A semaglutida corresponde a um dos principais tratamentos atuais do diabetes mellitus tipo 2 (DM2), uma vez que, além do benefício demonstrado na perda de peso, possui também benefício cardiovascular. Os estudos pivotais da droga, no entanto, avaliaram a sua eficácia em um curto período de tempo. O que acontece, por exemplo, após 3 anos de tratamento com semaglutida?

É natural, portanto, que comecem a surgir estudos de vida real avaliando se o benefício a curto prazo da semaglutida é mantido após períodos mais longos de tratamento. Seguindo esta linha, um grupo de pesquisadores de Israel apresentou seus resultados no congresso europeu de diabetes, o EASD, que acontece esta semana na Alemanha.

Foram incluídos 23.442 indivíduos com DM2 e o seguimento foi de 3 anos. O desfecho primário foi a mudança da HbA1c após 6, 12, 18, 24, 30 e 36 meses, sendo a perda de peso um desfecho secundário do estudo.

Com 6 meses de tratamento com semaglutida, foi observado redução tanto da HbA1c (-0,77%) quando do peso corporal (-4.7Kg). Estes resultados foram mantidos após os 3 anos de acompanhamento entre aqueles que continuaram no estudo.

Como esperado, os pacientes com melhor adesão ao tratamento foram os que conseguiram melhores resultados, mostrando uma redução da HbA1c de 0,76% e uma redução do peso de 6Kg com 2 anos. Os resultados também foram melhores no subgrupo de pacientes que nunca haviam feito uso de análogo de GLP1 antes do início do estudo.

Embora este estudo de vida real tenha demonstrado que o efeito inicial da semaglutida em pacientes com DM2 se mantém ao longo de 3 anos, especialmente entre aqueles que mantém uma boa adesão, ainda resta a dúvida se há algum efeito residual na manutenção do peso perdido ou mesmo no controle da HbA1c entre aqueles que suspendem o análogo de GLP1.

Enquanto aguardamos mais estudos para responder a esta e outras dúvidas, é importante sempre lembrar os nossos pacientes de que a adesão ao tratamento é fundamental e que, considerando que tanto a o DM2 quanto a obesidade são doenças crônicas, o tratamento deve ser contínuo.



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Sobre o autor

Erik Trovao

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